quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pesquisa sobre o mercado da música independente

Pesquisa faz parte de projeto do Sebrae-MG para desenvolver mercado da música independente

A falta de patrocínio e financiamento dificulta a divulgação, distribuição e comercialização da música mineira no mercado fonográfico. Este é um dos aspectos apontados pelo diagnóstico da cadeia produtiva do setor musical. O estudo foi encomendado à Fundação João Pinheiro e faz parte do projeto do Sebrae-MG para organizar e desenvolver o mercado da música independente na capital.

O estudo também abrange informações sobre dados econômicos do setor, gêneros musicais mais produzidos, utilização de leis de incentivo à cultura e os efeitos da revolução digital na cadeia produtiva do setor (quadro).

O diagnóstico é baseado em dados de 1999 a 2008. A pesquisa foi feita com 1.200 artistas, entre compositores, instrumentistas e cantores. Foi analisado todo o processo, desde a pré-produção, produção, distribuição e divulgação.

Os entrevistados apontam a limitação de recursos orçamentários como um dos grandes problemas enfrentados pelo setor. O estudo avaliou a eficácia das leis estadual, municipal e federal de incentivo à cultura na cidade. Em 2007 foram apresentados 661 projetos para a Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Deste total, 176 foram aprovados e somente 44 receberam incentivos.

A maioria dos entrevistados nunca utilizou recurso de leis de incentivo. Entre as dificuldades apontadas estão problemas na formulação dos projetos, a burocracia do processo e a escassez de patrocinadores.

Novos desafios

O surgimento de novas mídias digitais é outro desafio para o setor. Em 10 anos, o faturamento do setor fonográfico caiu 61% (quadro). A internet é uma das principais formas de divulgação da maioria dos artistas mineiros. As novas tecnologias afetaram a oferta musical, a revisão dos direitos autorais e a recriação dos modos de distribuição, divulgação e comercialização.


DADOS DA PESQUISA

Faturamento do setor fonográfico brasileiro (2008)
316,4 milhões
Queda de 72,8% na venda de CDs
Aumento de 1,824% na venda de DVDs
Diminuição de 61,1% no faturamento total

Perfil dos artistas de BH (1200 entrevistados)
78% são compositores
69% instrumentalistas
63% cantores
49% têm a produção cultural como principal fonte de renda
46% integram conjuntos musicais
55% têm carreira solo

Tempo de atuação
24% dos entrevistados têm entre 7 a 15 anos de carreira
27% têm entre 16 a 25 anos de carreira
25% têm mais de 25 anos de carreira

Gêneros musicais produzidos
80% MPB
39% Rock e pop
29% samba
15% regional
10% publicitária
7% infantil
37%Outros

Principais atividades (atuações)
80% dos entrevistados realizam shows
60% gravações em estúdios
40% música ao vivo em bares e restaurantes

Leis de incentivo em Minas (2002 – 2007)
30% dos projetos apresentados foram aprovados
56% dos aprovados conseguiram patrocínio

Motivos para a não aprovação dos projetos nas leis de incentivo, segundo os artistas
26% não inscreveram os projetos
8% desconfiança que as mesmas pessoas sempre sejam beneficiadas
5% falta de conhecimento
3% burocracia

Formas de obtenção de financiamento
20% Recursos Próprios
7% Leis de Incentivo
7% Patrocínios empresas

Locais de compra de instrumentos musicais
66% compram em BH
27% em outros estados
24% importam

Dificuldades para aquisição dos instrumentos musicais em BH
71% altos custos
34% impostos
33% escassez de oferta

Principais formas de divulgação
30% internet
13% boca a boca
10% shows

Número de CDs e DVDs gravados em BH (2004/2008)
CDs
73% gravaram até 5
14% não gravaram nenhum
9% de 5 a 10
DVDs
67,6% não gravaram nenhum DVD
28,8% gravaram até 5
1,6% de 5 a 10

Média de cachês por apresentações
24% recebem até R$ 200,00
23% de R$201,00 a R$ 500,00
17% de R$ 501,00 a R$ 1.000,00
3% acima de R$ 10.000,00

Remuneração média anual
31% ganham até R$ 10 mil
30% entre R$10 e R$ 50 mil
7% acima de R$ 50 mil

Fonte: Assessoria de Imprensa do Sebrae-MG - em 19/05/2010

segunda-feira, 15 de março de 2010

FMB 2009

A Feira da Música em Recife revela uma cena musical independente articulada e consciente de seus objetivos. Destaque para o Circuito Fora do Eixo, uma rede integrada por vários coletivos brasileiros e que nasce (2005) junto com a Abrafin (associação brasileira de festivais independentes), numa união de profissionais independentes.

A idéia era dar visibilidade às obras de qualidades, porém pouco percebidas em âmbito nacional, concentrada no eixo Rio-São Paulo. Daí o nome de Circuito Fora do Eixo, que hoje promove festivais e atividades em todo país relacionadas a produção musical independente.

Nessa edição da FMB 2009 o setor musical entregou ao Ministro da Cultura Juca Ferreira um documento com os dez pontos essenciais para música brasileira. “Vamos criar o Fundo Setorial da Música”, afirmou ele em entrevista ao FMB. A verba do fundo será proveniente dos R$ 820 milhões do Fundo Nacional de Cultura.


O dez pontos essenciais:

1. Agência: Criação da ANM - Agência Nacional da Música.

2. Fomento: Criar o Fundo Setorial da Música integrado ao Fundo Nacional de Cultura.

3. Marcos Regulatórios: Estabelecer um novo marco regulatório trabalhista e desonerar a carga tributária para o setor criativo e produtivo da música.

4. Direito Autoral: Revisar a Lei de Direito Autoral através de processo de consulta pública.

5. Formação: Regulamentar imediatamente a Lei 11.769/2008 que institui a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas.

6. Mapeamento: Promover o mapeamento amplo e imediato de toda a cadeia criativa e produtiva da música. Incluir o setor da música na matriz insumo-produto utilizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

7. Comunicação: Garantir a execução da diversidade da música brasileira nos meios de comunicação e fortalecer as redes de emissoras públicas, comunitárias e livres.

8. Redes: Estimular e fomentar a formação e organização de redes associativas no campo da música, pautadas nos princípios da economia solidária.

9. Circulação: Fortalecer e fomentar ações de circulação através das redes de festivais, feiras, casas e espaços de apresentações musicais em sua diversidade.

10. Exportação: Incentivar a criação de ações de exportação e aumentar o fomento às ações existentes, assim como regulamentar os mecanismos legais existentes para a exportação da música brasileira.

MARCO ZERO/ Recife - PE

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Brasileiros são os mais apaixonados por música, diz pesquisa

Fãs fazem fila por ingressos para show do Metallica em SP
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Uma pesquisa global mostra que a maioria das pessoas é apaixonada por música e se dispõe a pagar para curti-la de maneira legal, e no topo da escala de paixão estão os brasileiros.

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A pesquisa Music Matters (a música importa), feita pela firma de pesquisas de mercado Synovate, com 8.000 adultos em 13 países, mostra que 63 dos entrevistados se consideram apaixonados por música. Os brasileiros são os mais apaixonados, enquanto os australianos estão em último lugar. Apenas 6 por cento de pessoas entrevistadas disseram que "não dão a mínima" para a música.

"A paixão pela música existe desde os primórdios da humanidade", disse em comunicado o diretor global de pesquisas de mídia da Synovate, Steve Garton.

"Desde o bater de tambores primitivos até antes mesmo de nascermos, quando já nos acostumamos à batida do coração de nossas mães, somos programados para amar a música", explica.

Esse amor levou quase quatro pessoas em cada dez a comprar um CD de uma loja, contra os 11 por cento que admitiram ter comprado CDs de música piratas.

Mais de dois terços dos entrevistados disseram que pagaram por música que baixaram da Internet, e 8 por cento disseram que pagaram por aplicativos musicais, ou apps, em seus telefones.

Uma em cada cinco pessoas entrevistadas, encabeçadas pela Coreia do Sul (60 por cento), ouviram música no último mês de serviços legais de música transmitida ao vivo.

Robert Alleyne, gerente de pesquisas da Synovate na Grã-Bretanha, disse que, embora os downloads ilegais e os CDs piratas ainda sejam um problema para a indústria musical, o estigma ligado a essas atividades conseguiu reduzir a pirataria consideravelmente.

"Durante muito tempo, fazer downloads ilegais era mais fácil e rápido do que fazer downloads legais, mas isso mudou. E os consumidores aderiram a esses serviços novos e legais", disse ele. "Prevejo uma diminuição, com o tempo, no número de pessoas que fazem downloads ilegais".

Não apenas os consumidores se dispõem a pagar por música, como ficam felizes em gastar dinheiro para conhecer seus artistas favoritos, assistindo a seus shows ou conseguindo acesso a informações ou festas exclusivas, mostrou a pesquisa.

Os americanos são os que mais se dispõem a pagar a mais por privilégios "reservados a sócios", enquanto mais de dois terços dos franceses dizem que se dispõem a pagar para ter acesso a outras produções criativas de artistas, como poesia e trabalhos de arte.

Mas, se houver oportunidade, a maioria das pessoas (44 por cento) preferiria ter música de graça, mesmo que isso implique em aguentar todos os anúncios que povoam os sites de downloads de música.


Miral Fahmy

Para maiores detalhes da pesquisa, vá para www.synovate.com/insights/infact.